segunda-feira, 23 de julho de 2012

Eu, as pipas, a borboleta... e o tempo


Em raros momentos, vemos brincadeiras que só víamos em nossa época de infância. Neste instante, observo o suave deslizar de uma pipa no céu. Não. Duas: uma colorida e outra tão branquinha que se conseguir chegar mais alto, poderá se confundir com as nuvens. Dá uma saudade danada dos tempos de criança. Sobretudo, dá uma saudade do que não vivi. Dentre as brincadeiras “de menino” – eu que só tive irmãos –, soltar pipa foi a única coisa que não consegui fazer.

É fato, o tempo não volta. Algumas coisas ainda podem ser vividas. Para muitas outras poderá não mais haver tempo. Dias atrás, falei para uma pessoa que ela despertava a menina que mora em mim, e que esta é viva, cheia de sonhos, doce, risonha, cheia de vontade de ser feliz... Desperta, a menina se vê com uma borboleta ao sair do casulo, ávida por alçar altos voos, passear entre as flores, exibindo suas asas coloridas. Quisera pudesse mantê-la desperta, quisera pudesse, enfim, soltar minhas pipas, borboletear entre as flores. Mas a realidade que se desenha é bem diferente: a borboleta desfaz seu caminho, retorna ao casulo. Não há flores, não há pipas... não há mais tempo...

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