Quero o cheiro do milho verde, da canjica e da pamonha
Quero o arder dos olhos da fumaça e labareda
Quero vinho, quentão, cachaça e cerveja
Quero fartura de verdade, com tudo aquilo que a gente sonha
Quero o céu iluminado, o terreiro todo enfeitado
Quero um cheiro, um fungado no cangote
Quero o povo todo dançando, num arrasta-pé arretado
Quero ver um cabra macho de olho no meu decote
Quero ouvir o arrasto do chinelo
O som da sanfona, do triangulo, da zabumba
Quero o canto do meu povo, que é belo
Quero festa, quero dança, quero fazer uma quizomba
Quero o vestido xadrez, sapato de festa, saia rodada
O bigode fajuto do matuto
Só não quero cigarro, não quero charuto
Quero caboclo cheiroso pra dançar dando umbigada
Quero o barulho dos fogos, o colorido das quadrilhas
Ao som do Rei do Baião como trilha
Quero os santos juninos todos num só enredo
Pra reverenciar nosso povo nordestino
Cabra da peste desde menino, que de ser feliz não medo
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