...meu corpo te convida a dialogar
Se é verdade que o corpo fala, o
meu grita alto e tem texto para formar uma história.
Tagarela descontrolado, canta,
puxa um verso, vagueia em sensações contidas na memória.
Um vai-e-vem de arrepios, um
comichão, um desvario, um frio na alma afogueado.
Sinto-me enfeitiçada, ao mesmo
tempo saciada e com todo meu ser esfomeado.
Tu chegaste de mansinho, reviraste-me
inteira, me desnudaste com o teu olhar.
Com as tuas mãos me percorreste,
a minha fogueira acendeste, me convidaste a dançar.
Atendi ao teu chamado, segui o
teu compasso, mergulhei em teu abraço, como se fora um troféu.
A minha saudade sorriu
agradecida, contigo quero tudo da vida, ao teu lado estou no céu.
Se eu pudesse, o que sinto, o que
vai dentro do peito, o que exala a minha pele, em palavras descreveria.
O meu corpo exclama forte, para
ele não é segredo, ser tua, ter-te meu é o que alimenta a minha alegria.
Vai além de uma paixão, é muito
mais que prazer, é a mais pura exaltação do maior dos sentimentos.
É o que em mim permanece intenso,
vindo de lá desde menina, e revive a cada toque, a cada momento.
Pergunto-me admirada: quem és tu,
oh, feiticeiro? De onde vem tua magia? Existes ou és miragem?
O meu corpo sussurra ao meu
ouvido: ‘é o teu amor de sempre, menina, não apenas uma imagem’.
E meu corpo não para, segue comigo dialogando, relembrando o que vivemos e reclamando tua partida.
Ele implora a tua volta, e me pede que te diga: 'independente de como vivamos, seremos verdadeiramente e sempre um do outro... até o fim da vida'.