...dos instantes que nos governam...
Fonte: www2.uol.com.br
05h... nasça o
sol ou caia a chuva, o despertar é exigido. Não importa se o cansaço impera, não
importa o pouco que se tenha dormido. Geralmente se dá uma batalha interna, mas
o dever te chama; o sono insiste em marcar presença, o corpo moído reclama; a
crise lá fora é intensa, dispensar o ‘garantido’ não é prudente. Aproveitas o
que tens no agora, o amanhã a ti não pertence.
08h... a luta
entra no seu primeiro round... Corre! Atende ao telefone! Volta, há uma
mensagem no Whats App! Abre o e-mail, responde! Atualiza o cronograma, envia
datas, monta a agenda, revisa a pauta! E aquele texto? E o slide revisado? E
apostila do curso tal, quando poderá ser impressa? São apenas 400 páginas,
revisa logo, temos pressa! Chegou um trabalho! É um artigo? Não, uma tese de
doutorado!
12h... o
estômago se remexe em cócegas, revelando as suas necessidades. Queria, mesmo,
era estar em casa, podendo mastigar com tranquilidade. Come rápido! Engole, o
tempo é curto! Volta, retoma o trabalho! Ainda não terminou? Que absurdo!
16h... os pés
cresceram, as mãos estão mais lentas. Segura onda, corpo! Não desanima,
insiste, aguenta! Já são 18h? – pergunta a consciência! Falta pouco – responde o
cérebro, só mais um pouco de paciência. Não sei para que este desejo de ir-te
embora – diz ele com sarcasmo, se tua jornada não é decente. Ainda há muito por
fazeres. Sabes de nada, inocente!
18h... corre! O
Expresso não te espera! Cuidado ao atravessar a rua, menina, se queres ainda
viver longa era! O trânsito não é cristão, ele pouco se importa com a tua
agonia. Quem tem pressa és tu, para ele não faz diferença, é sempre o mesmo
todo dia.
20h... enfim,
em casa. Sim... é, de fato, esta hora. Poderiam ser apenas 40 minutos, mas a
chegada demora. Tomar banho, fazer o jantar, dar conta das coisas da casa. Meu Deus! Ainda tem
aquela tese, transcrições dando cria. Aguenta, criatura, não era isto que tu
querias? Reclamar, realmente, não te cabe, apenas orações e agradecimentos têm
valia.
00h... e tu achas
que já vais para cama? É cedo, o trabalho ainda te chama. Mas um sussurrar ao
pé do ouvido te convida; é o calor dele que desejas, é a melhor parte da tua
vida. Vai, namora um pouquinho e volta, aproveita a volúpia, que ainda é a
mesma desde o primeiro olhar; a chama mudou, é mais acesa, posto que agora é
completa, não mais apagará.