sexta-feira, 18 de outubro de 2013

Revelando como me sinto... como sou...

... generosos são os olhos que veem...


Causa-me espanto quando me dizem o quanto sou extremamente generosa. Ouvi isto várias vezes há dois anos, num período intensamente doloroso. Aqui, ali escuto novamente. Hoje, me ocorre de receber tal adjetivo, vindo de alguém que me é bastante caro, cuja forma de me olhar, esta, sim, é por demais generosa. Não... não sou generosa assim como acreditam. Eu procuro dar o melhor que tenho, mas é puro egoísmo, não se iludam, já que fazer o bem ao outro me promove recompensa ainda maior. Falam do quanto sou cuidadosa e carinhosa com o outro... E não deveria ser esta a nossa missão neste mundo? Emocionei-me também quando li, dentre outras coisas, que as minhas palavras e a minha voz são um oásis encantado. Ah, meu amigo, se as pessoas soubessem o que sinto, se conseguissem me enxergar por dentro, se alcançassem as minhas aflições... Ah, se pudessem saber como me vejo impotente, especialmente agora, como são os meus lamentos noites adentro, se vislumbrassem o vazio que por vezes me ocorre, o grito que silencio, o choro que preciso calar para que o outro possa escancarar a sua dor... Ah, se por um instante percebessem a minha fragilidade... que nada sou... Se compreendessem que é tão simples o que eu anseio viver e, ainda assim, me é quase impossível de alcançar... Se ainda não desisti, é porque o que carrego em mim não tem mais cura, não pode ser transmutado, transferido, não servirá para mais ninguém... Se ainda não desisti, é porque meus pés vivem saindo do chão, porque me vejo voando além, porque em meus delírios eu posso tudo e muito mais. Mas tenho consciência do que sou: sou pequena, meu povo, meu cinto de utilidades vive perdendo os apetrechos, minha capa é plástica, a heroína está só nos gibis. No mais, mentalizo naquilo que é e sempre será meu lema de vida (tomando para mim os versos de Álvaro de Campos-FP): “Não sou nada. Nunca serei nada. Não posso querer ser nada. À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo”. Esta sou eu... generosos, encantados são os olhos que me veem...

quinta-feira, 17 de outubro de 2013

As controvérsias do amor...

...não, o amor não é controverso. O amor é amor... em sua plenitude


Quem definiu o amor? Quem o conseguiu decifrar? Ama-se por quê? Por que se deve amar?
Quem compreende os limites do amor, do amar? Amar tem limites? O que o amor deve limitar?
Justificam-se más atitudes em nome do amor; e tudo em nome do amor justificar é possível?
Diz-se amor, mas é posse; diz que ama, mas invade, ameaça; acaso seria isto compreensível?

Como descrever um sentimento que suporta, tolera, a tudo espera, com paciência?
Como tolher os seus sonhos, atropelar suas vontades e ainda manter sua resiliência?
Como ser o ouvido que a tudo escuta, ser o colo que acalenta, deixando em silêncio a sua dor?
Que nome dar a tal sentimento, que aquieta no outro o seu tormento, senão o de “Amor”?

O amor é algo divino, o sustentáculo dos demais sentimentos, todos carregados de benesse.
Amar é promover a paz, reacender o desejo a cada dia, agradecer ao amor do outro numa prece.
Amar é entregar-se às escuras, permitir-se loucuras, abraçar em ti a tristeza, o que te traz calma.
O amor é um ser que não tem face, que dentro do peito nasce, toma conta do corpo, afaga a alma.

Como pode ser amor, se a felicidade do outro não importa, se o que vale é o que se quer?
Por que imprimir uma vontade, se desconhece o altruísmo que um verdadeiro amor pode ter?
Como chamar de amor o que impede no outro a liberdade, lhe tira o sossego, lhe rouba a paz?
Analise o seu sentir, não ouse mentir nem blasfeme de um sentimento do qual não saberá jamais.

terça-feira, 15 de outubro de 2013

Meus desejos clamam por ti...

...o que o meu corpo fala, a alma grita e o coração implora


[Fonte: Art of Woman]

Queria o calor do teu suor umedecendo meu corpo, minha pele hidratando.
Queria sugar tua boca, ter tuas mãos me percorrendo, todo meu ser desnudando.
Queria matar a saudade, acalmar este furor que me invade, meu vazio de ti preencher.
Queria varrer-te por inteiro, embriagar-me com teu cheiro, nos teus braços adormecer.

Viajo na lembrança dos nossos momentos, atropelo os pensamentos, consigo ver teu sorriso.
Queria ser tua agora, amar-te até o romper da aurora, te sentir dentro de mim é o que preciso.
Por que não ouves meu chamado, se eu te quero ao meu lado, meus gemidos aos teus misturar?
Não vês que sem ti fico perdida, já que é tua a minha vida, que do teu suspiro vem meu respirar?

Queria ouvir o som da tua voz, dizendo: _abre, estou aqui! Vim cumprir minha promessa.
Queria lançar-me no teu colo, deixar teus olhos me decorarem sem limites nem pressa.
Queria o teu abraço, teu aconchego, teu roçar em meu pescoço, sentir na espinha aquele arrepio.
Queria saciar o meu desejo, tatuar-te com meus beijos, liberar em ti todo o meu desvario.

Será que o meu delírio te alcança, que será nossa esta dança, que a minha sede saciarei?
Imagino-me inteiramente tua, antes mesmo de uma nova lua, em ti completamente estarei.
Conto as horas e os segundos, não há outro ser no mundo mais esfaimado de ti do que eu.
Leio a sorte numa carta, que diz: falta pouco, aguarda! ele está vindo para ser somente teu.