Quem somos? Como a Ciência da Ação nos classifica? Como nos vemos?
Fonte: [www.elianelacerda.com]
Na Ciência da Ação, estudamos 4 modelos de pessoas, digamos assim,
sejam líderes ou não. Claro, que quando falamos de organizações, tratamos tais
modelos enquanto líderes. Temos, então, o Modelo
1, que é aquele líder autoritário, do ‘manda quem pode e obedece quem tem
juízo’, sem permissão do diálogo, sem escuta apreciativa, sem trocas nem
feedbacks. Em algum momento, este líder é eficaz, como um técnico de futebol,
por exemplo, que precisa ser enérgico no comando do seu time. Mas, em longo
prazo, a eficácia vai ao chão, e o fracasso é certo. O segundo modelo é chamado
de Oposto ao Modelo 1, que é aquele
líder (aquela pessoa) fingido, que faz de conta que gosta dos seus liderados,
que barganha, que protege para ser protegido, que atua pelas costas, digamos
assim. É o pior dos modelos, pois, no primeiro caso, mesmo agindo com abuso de
autoridade, as pessoas sempre sabem com quem estão lidando, enquanto que este
modelo é uma incógnita e nunca sabemos como agir, pois não sentimos confiança.
O terceiro modelo é chamado de Modelo
2, que é aquela pessoa (líder) democrática, que escuta apreciativamente,
que promove o feedback, que não impõe julgamentos, mas, sim, investiga, testa
os pressupostos, que compartilha do diálogo franco, aberto, confiável, que
busca os objetivos comuns, que parceiriza com seus liderados, que se preocupa
com as pessoas e com o ambiente comportamental, que busca compreender suas
escolhas. Pensamos às vezes que este modelo não existe, que é utópico. Mas a
história nos revelou muitos deles ao longo do tempo: Jesus, Gandhi, Buda, Madre
Tereza de Calcutá, Princesa Diana... E, mais perto de nós, observamos o Padre
Cícero, Dom Hélder Câmara, Frei Damião, o Papa Francisco... além dos anônimos por
aí espalhados... Há os mortais, também, graças a Deus. Conheço muitos e convivi
e aprendi com eles por mais de vinte anos e sigo aprendendo, não apenas porque
seus ensinamentos seguem comigo, mas porque eles seguem se autoavaliando, se
melhorando... e me inspirando...
Há ainda um quarto modelo, chamado de Modelo Híbrido, que é aquele considerado intermediário, de alguém
que está passando por uma mudança, que deseja sair do Modelo 1 ou do Oposto a
este, que sente a necessidade de ser uma pessoa melhor, de ser mais
democrático, de desenvolver sua escuta e olhar apreciativos, que busca ser mais
empático com o outro. Quem tiver a oportunidade, sugiro que assista a um filme chamado Um Golpe do Destino, que exemplifica
perfeitamente este modelo e é uma grande lição para quem sente a
necessidade de se promover mudanças. Às vezes, a vida nos impõe que mudemos...
e dolorosamente, até...
E o que rege todos estes modelos? O que os diferencia? Os valores, as
práticas sociais, o mundo comportamental (ou seja, o ambiente no qual estão
inseridos), a cultura e conduta humana de cada um. Por que o Modelo 1 tem
sucesso, mas não sustenta este sucesso por muito tempo? Por que o Oposto ao
Modelo 1 se imagina o tempo todo sendo eficaz, sendo que sua eficácia dura
apenas os instantes de suas ações? O que acontece a estes dois é que eles mudam
apenas as suas estratégias de ação, e não os seus valores.
E o que pode levar o Modelo Híbrido a ser eficaz e eficiente de modo
mais permanente, podendo até se transformar no Modelo 2? A sua vontade de rever
e mudar os seus valores.
Torçamos para que estes se multipliquem... e nos inspirem a trilhar a mesma direção...