quinta-feira, 31 de dezembro de 2015

Última lição do ano...

A mudança para um ano bom tem que vir do lado de dentro...

[Fonte: www.br.guiainfantil.com]


Vejam como são as coisas... vocês vivem me chamando de chique, de fina e coisa tal. Para ser franca, às vezes me sinto mal com isto, pois, em alguns momentos, isto é sinônimo de arrogância, pedantismo, falta de humildade, desrespeito... e isto eu sei que não pratico, ou pelo menos empenho enorme esforço para não fazê-lo, me autoanalisando todos os dias, refletindo a cada ação. Mas, enfim...
Eis que ontem deixei a minha chave com a moça que cuida da minha casa, pois ainda não fiz a terceira cópia depois da mudança. Como ela trabalha na casa do meu irmão, deixou a chave por lá. Cheguei a minha casa por volta de 19h50 e meu irmão não estava. Meu amado também não tinha chegado. Ligo para ele, mas não consigo falar. Fui à casa de papai, no primeiro andar e supus que ele estivesse dormindo, pois não atendeu a porta. Ligo para o meu irmão, que estava fazendo feira e pensei comigo: bom, daqui a pouco ele chega. Sentei-me no batente da escada e pus-me a esperar. Uma hora depois, a vizinha abre a porta e, me vendo ali desconsolada, indaga: _estás na rua, é? Sem chave? Queres ficar aqui em casa? Como não temos nenhuma amizade, apenas os cumprimentos rotineiros da boa vizinhança, não me senti à vontade para entrar. Expliquei o ocorrido e agradeci o cuidado. Ela entrou, fechou a porta e minutos depois retorna, com duas latas de cerveja, dois copos e põe a cadeira dela do lado de fora e se põe a conversar. Até aí, tudo bem, uma ação gentil e cuidadosa de um ser humano para com outro, das raridades de hoje em dia. Mas, eis que a cerveja era Schin... e quente... Meu povo... não é porque sou chique, fina e tudo mais que vocês dizem... mas eu não suporto esta cerveja. Sei lá, não é questão de sofisticação, de preconceito, é meu gosto, que insiste em se concentrar no que é mais apurado. Mas eu tive que tomar a bendita cerveja... não uma lata, mas 3, posto que só consegui entrar em casa por volta da meia-noite e quinze minutos. Quando estávamos na terceira lata e muitos papos, parecendo velhas amigas, ela diz: _eu tenho um vinho ótimo aí, Quinta do Morgado, boto pra gelar pra gente celebrar este papo? Aí, gelei eu. O que eu diria, diante de tanta cortesia e solidariedade? Que aquilo não era o que se pode chamar de vinho? Que eu odeio? Que passo mal se tomar as ‘borras’ adocicadas de produtos do gênero (o que é verdade, pois atinge a minha famigerada enxaqueca)? Eis que fui salva pela chegada do meu irmão e imediato resgate das chaves. Despedi-me extremamente agradecida, e me pondo à disposição para repetir o bate-papo, regado à cerveja qualquer dia destes...
Alonguei-me na história, mas foi só para ilustrar que... NADA SOMOS, minha gente. Não adiantaria ser chique, refinada, sofisticada e ter dispensado a delicadeza de uma companhia num momento em que nada tinha o que fazer, senão esperar, com fome, cansada, louca por um banho... Não adiantavam os meus gostos apurados sabe-se lá onde, se eu não tivesse entornado as latas de uma cerveja horrorosa, demostrando verdadeiro apreço pelo gesto. Nós sempre pedimos que o ano novo seja melhor, coisa e tal... mas sempre nos esquecemos de pedir para que nós sejamos pessoas melhores. O ano que se inicia tem tudo para ser maravilhoso... se nos analisarmos mais, se revermos as nossas atitudes e os valores que carregamos, equivocados muitas vezes, se deixarmos de lado o preconceito, se olharmos o outro com os olhos do coração, se formos mais apreciativos, se pensarmos sempre no bem para o outro, se não deixarmos que as nossas atitudes egoístas prevaleçam. Um ano novo, para ser bom, de fato, precisa começar com a mudança dentro de nós mesmos... Pensemos nisto!
Feliz Ano Novo, pessoas!

quinta-feira, 6 de agosto de 2015

Os ‘Bicos’... aos beija-flores...

Que o modismo não promova o ‘desembelezar-se’...

[Fonte: www.vidadefotografo.com.br]

Se Deus criou algo mais belo que a mulher... guardou segredo, não nos deu a conhecer...

Cada uma com seu olhar, com seu sorriso, seu jeito doce ou explosivo. Cada uma com um caminhar diferente, um jeito só seu de os cabelos balançar; outras que os deixam curtinhos, fáceis de pentear.

Para as altas, eles se esticam, mas, no máximo, alcançam o mesmo ângulo no olhar. Às baixinhas, eles se curvam, e elas os observam de face erguida, sem medo de os encarar.

As magras são o mote das passarelas, as mais cheias são mais firmes no andar. Sejam como forem, altas, baixas, louras, negras, gordas, magricelas, todas são belas, é só saber apreciar.

Mas os modismos às vezes ricocheteiam suas balas, tomam tiros pela culatra, fazem a beleza por terra cair. Esta mania de fazer ‘bicos’ ganha atributos tão diminutos, que não vale nem a pena proferir.

Se o ‘beijo no ombro’ é o recado, apontem o dedo, façam um sinal, marquem com uma boca em vermelho pintada. Não enfeiem seus lábios, não destruam esta obra de arte, por Deus tão cuidadosamente elaborada.

Não mudem a natureza, não distorçam a beleza, deixem os ‘bicos’ aos escolhidos do Criador. Estes só são lindos e admirados, quando pertencem a um ser alado, um lindo beija-flor.

quinta-feira, 23 de julho de 2015

O correr das horas...

...dos instantes que nos governam...

Fonte: www2.uol.com.br

05h... nasça o sol ou caia a chuva, o despertar é exigido. Não importa se o cansaço impera, não importa o pouco que se tenha dormido. Geralmente se dá uma batalha interna, mas o dever te chama; o sono insiste em marcar presença, o corpo moído reclama; a crise lá fora é intensa, dispensar o ‘garantido’ não é prudente. Aproveitas o que tens no agora, o amanhã a ti não pertence.

08h... a luta entra no seu primeiro round... Corre! Atende ao telefone! Volta, há uma mensagem no Whats App! Abre o e-mail, responde! Atualiza o cronograma, envia datas, monta a agenda, revisa a pauta! E aquele texto? E o slide revisado? E apostila do curso tal, quando poderá ser impressa? São apenas 400 páginas, revisa logo, temos pressa! Chegou um trabalho! É um artigo? Não, uma tese de doutorado!

12h... o estômago se remexe em cócegas, revelando as suas necessidades. Queria, mesmo, era estar em casa, podendo mastigar com tranquilidade. Come rápido! Engole, o tempo é curto! Volta, retoma o trabalho! Ainda não terminou? Que absurdo!

16h... os pés cresceram, as mãos estão mais lentas. Segura onda, corpo! Não desanima, insiste, aguenta! Já são 18h? – pergunta a consciência! Falta pouco – responde o cérebro, só mais um pouco de paciência. Não sei para que este desejo de ir-te embora – diz ele com sarcasmo, se tua jornada não é decente. Ainda há muito por fazeres. Sabes de nada, inocente!

18h... corre! O Expresso não te espera! Cuidado ao atravessar a rua, menina, se queres ainda viver longa era! O trânsito não é cristão, ele pouco se importa com a tua agonia. Quem tem pressa és tu, para ele não faz diferença, é sempre o mesmo todo dia.

20h... enfim, em casa. Sim... é, de fato, esta hora. Poderiam ser apenas 40 minutos, mas a chegada demora. Tomar banho, fazer o jantar, dar conta das coisas da casa. Meu Deus! Ainda tem aquela tese, transcrições dando cria. Aguenta, criatura, não era isto que tu querias? Reclamar, realmente, não te cabe, apenas orações e agradecimentos têm valia.

00h... e tu achas que já vais para cama? É cedo, o trabalho ainda te chama. Mas um sussurrar ao pé do ouvido te convida; é o calor dele que desejas, é a melhor parte da tua vida. Vai, namora um pouquinho e volta, aproveita a volúpia, que ainda é a mesma desde o primeiro olhar; a chama mudou, é mais acesa, posto que agora é completa, não mais apagará.

01h... agora é pra valer, deita, descansa um pouco, amanhã é outro dia, e o acordar é quase agora. O repouso dura quase nada, daqui a pouco, de novo, serão 05 horas. E a gente segue se perguntando: para quê tanto alvoroço? Por que se corre tanto nesta vida? Para onde a gente vai nada se leva, se deixa tudo para trás... se a gente é mesmo poeira jogada ao vento, pó de traque de massa, nada mais...

quarta-feira, 15 de julho de 2015

A escravidão velada e o falso poder...

...dos senhores dos engenhos de concreto.


Fonte: www.construir.daysesene.com


No passado, os grilhões eram de ferro. Os de agora são aqueles da necessidade de sobrevivência, aqueles que calam o berro. No passado, eram as senzalas. Nos dias atuais, algumas salas. Nos troncos do passado, as chibatas deslizavam pelas costas, arrancando pele e tudo; os troncos de agora são mobiliados, as chibatas vestem seda, caxemira e veludo. Antigamente, o branco prevalecia, até quando menos abastado era respeitado, hoje nem ele tem regalia. O que importa mesmo é quem tem; se as cifras forem altas, eis aí sua grande valia. Nos idos do coronelato, o cuidado com o outro era destinado a poucos. Agora, raramente ele marca presença. A empatia se distancia do dicionário, colocar-se no lugar do próximo é ofensa.

No ditado herdado da cana-de-açúcar “mandava quem podia, quem tinha juízo obedecia”. Os coronéis seguem sem patentes, mas o adágio foi reformulado, o que se ouve é assim: “manda aquele que mais dinheiro tem no bolso, obedece quem dele necessita para seguir vivendo, quem quiser que ache ruim”. A ganância, sabemos, é coisa de outrora, sempre esteve presente, é inerente à vida. O que difere do passado é que agora ela é mais escancarada, justificada, até defendida. “Liberté, égalité, fraternité” é frase que marca a história, aconteceu bem longe daqui. Nas bandas cá, até ao pensamento querem impor grades, nada de igualdade, fraternos, só os afins.

Tolice daqueles que se julgam indestrutíveis, que seguem emendando correntes, arrebatando escravos, presos em seus nós. Não há construção sem o outro, nada edificamos, nada criamos se estamos sós. Poderosa mesmo é a morte, que, sem pedir licença, se abanca, toma pelas mãos seus escolhidos, desnudos de sua riqueza, soberba, ganância e falso poder, e os conduz rumo ao desconhecido, deixando tudo para trás. Lembrando-os de que de mãos vazias viemos, de mãos vazias findaremos, seremos poeira jogada ao vento... destruídos num sopro... nada mais.

quinta-feira, 9 de julho de 2015

Da magia de ser tua e ter-te meu...

E quando nos amamos...

Fonte: www.clubeaiubi.ning.com

Tem magia, tem mistério, tem sedução, tem alegria, é um tanto surreal.
É um frio na barriga, uma mistura de quereres, uma explosão de desejos sem igual.
Tem um medo sem sentido, um nervosismo desmedido, a certeza do que vai acontecer.
É um arrepio na espinha, um remexer no corpo inteiro, o partilhar do prazer.

Tudo em mim ganha novas cores, a cada entrega sou em ti uma mulher renascida.
Viajo em tuas mãos que me varrem inteira, percorrem meu corpo, me deixam enlouquecida.
Tudo em ti também se renova, tua pele adoça, teus olhos brilham, é visível em teu sorriso.
Embriago-me com teus beijos, bebo o néctar de tua boca, que me alimenta do que preciso.

E quando nos amamos...

Não cobiço a lua, pois te transformas no meu sol, me fazes tua estrela, me conduzes ao céu.
Há uma invasão de ternura, sinto minha volúpia saciada quando me invades com teu mel.
Tem a cumplicidade do olhar, que traduz nossa linguagem, que um ao outro devora.
Tem o materializar do pensamento, o dar a vida ao sentimento, sem tempo nem hora.

Tem o perder-se mutuamente e reencontrar-se suavemente com minh’alma a tua invadida.
Tem o delírio que nos adormece, nosso corpo inteiro amolece, nossa alma embevecida.
Tem o deixar um no outro o gosto, uma vontade de começar de novo, de reiniciar nossa dança.
Tem o “que o dia passe ligeiro” e a noite recomece, redesenhando nossas pernas em nova trança

E quando nos amamos...
Misturamos os olhares e nos sabemos sem nada nos dizer.
Somos um no outro completados, entregues à alegria de um no outro viver.

quarta-feira, 1 de julho de 2015

Vivo o que sinto...

....E sinto tudo o que desejo viver

                                  Fonte: www.mariabonitapoesia.com.br

Não me peçam pouco. Só me entrego por inteiro, sou um todo e não uma porção.
Não me digam para pensar. Quem me comanda é o coração.
Não me peçam frieza. Sou todo o corpo, dentro e fora, emoção.
Não me digam para não sentir, minha pele, indiscreta, é pura explosão.
Não me peçam calma. Só sereno em ebulição.
Não me digam: espere! Sou um trem governado, mas carrilado na contramão.
Não me peçam para engolir as vontades. Sou desejo em eterna construção.
Não me digam para calar minh’alma. Ela mantém viva a minha inspiração.
Não me peçam o futuro. Meu querer é agora. Vivo o minuto e não a hora, a cada batida do coração.

terça-feira, 30 de junho de 2015

O Dom de cada um...

Ou o desejo de tê-lo e fazê-lo percebido...

                        Fonte: vitoriaparecida.blogspot.com


Numa conversa informal a respeito do dom que algumas pessoas têm, surgiu um questionamento: afinal, o que é, de fato, um dom?

No dicionário, é dádiva, presente. Podendo ser também merecimento. Ou ainda um dote natural, um talento, uma aptidão, uma habilidade especial para. No campo divino, seria um bem que se goza, considerado como uma concessão da Providência. Em teologia, um bem espiritual proporcionado por Deus, uma graça: “a fé é um dom de Deus”. Há ainda o dom das línguas: a capacidade para falar muitas línguas; poliglotismo. Enfim...

E o que seria o dom de cada um? Alguém comentou que seria uma sensibilidade para fazer algo, que já nasce com a pessoa, mas que nem todos alcançam, nem todos apreciam. “Apreciar”... Esta foi a palavra-chave. O dom seria, necessariamente, algo obrigatoriamente apreciado por todos? Se determinado ‘talento ou aptidão ou habilidade’ não for percebida da mesma forma por todos, ainda assim seria um dom? Eis aí onde travou o nosso diálogo. Para uns, sim. O dom ainda estaria ali. Mas, no geral, ficamos sem respostas. E deu-se um instante de silêncio... de pensamentos soltos, procurando algo assertivo a ser dito. E fomos buscar nos mais próximos... em nós. Que dom teríamos? Ou melhor, teríamos algum dom? Cada um citou o(s) do outro (tarefa simples) e tentou buscar em si. Mas uma descoberta foi unânime: não conseguimos perceber em nós mesmos um dom. Neste instante, ao menos descobrimos uma virtude em comum: a humildade. E seguimos refletindo... Cada um com suas inquietações...

Para mim, apontaram o dom da escrita, do canto e da culinária. Discordo dos três. Advogo a tese de que ‘gostar de’, ‘ter facilidade para’ não faz disto um dom. Sobretudo, quando não é de apreciação comum. Na minha compreensão, ter um dom, na verdade, passa por receber algo do divino e se fazer alcançado por todos. Faz do indivíduo uma pessoa marcante, cuja habilidade, talento, sensibilidade inspiram outrem. Ter um dom faz o sujeito chegar ao coração (que é o primeiro olhar e o mais apreciativo) de cada ser, especialmente dos mais próximos. O caminho para se receber um dom pode ser o do merecimento e, justamente por isso, talvez nem todos possuam esta condição. Um dom talvez seja algo além de nossa compreensão... Quiçá, precisaríamos ter, primeiro, o dom de entender o que um dom viria a ser...

Talvez me reste um dom, afinal... o de reconhecer-me desejosa de tê-lo... e fazê-lo alcançável...

quinta-feira, 18 de junho de 2015

São João...

A maior festa do mundo... e se não for, eu cegue!

Fonte: www.jornalfolhaonline.com.br

Está chegando o São João... é tempo de fogueira, é tempo de balão.
Vai ter pamonha, canjica, bolo de milho, xote, forró e baião.
A chuva sempre chega, de enxerida, costuma cair a noite inteira.
Ninguém a convida, mas ela insiste em se mostrar toda faceira.
Nesta época, os dias são mais frios, os casacos saem dos armários para agasalhar.
A cerveja gelada fica guardada, melhor uma taça de vinho para esquentar.
À noite tem festa, fogos, cantoria, um candeeiro que alumia, uma sanfona a tocar.
Tem gente bonita festejando, cabra de olho espichado, num cangote cheiroso a fungar.

Está chegando o São João... os festejos acontecem na cidade e no interior.
Tem folguedo, cantoria, tem água na bacia, adivinhação para encontrar um amor.
Em toda vitrola alguém relembra aquele que não mais habita entre nós.
Lá no céu ele mora, encantando os anjos com sua voz.
Há sempre uma homenagem a Luiz Gonzaga do Nascimento.
Que desde menino, rebento, viveu as agruras do sertão.
Mas foi longe, distribui graça, força e talento, virou nosso Rei do Baião.

O nordestino é bom de briga e não foge de uma peleja.
Que maior São João do mundo, o quê, basta um terreiro que ele festeja!
Seja moço, velho, seja doutor, professor, motorista ou padeiro.
O povo dança, apronta a festança, acende fogos, solta balão.
Cheio de fé e alegria, com coragem, ousadia, para mostrar ao mundo inteiro.
A força do povo brasileiro, deste Nordeste-nação.

quarta-feira, 17 de junho de 2015

O meu cenário de amor

Porque nos teus braços... eu mergulho todo dia...

Fonte: www.dicasnaweb.net

♪♫Nos braços do meu preto
É que eu mergulho todo dia
Vamos criando um cenário de amor
Um abajur aceso, iluminando o nosso quarto
Nossos corpos enrolados debaixo do edredom♪♫
♪♫Na mesa uma cerveja, com petisco e muito enredo
E na varanda eu na rede a lhe chamar
Um disco na vitrola tocando a nossa canção
E fazemos amor em uma noite de luar♪♫
♪♫Não tem esteira,
Mas no tapete tem chamego a noite inteira
Dançando, se amando, numa entrega verdadeira
E nós vamos tornando nosso sonho encantador♪♫
♪♫E o coração,
Num bate-bate emocionado segue trilha
A gente acerta o passo, forma a nossa quadrilha
Vamos enchendo nossas noites de amor♪♫

segunda-feira, 8 de junho de 2015

Se é para me prender, que seja em ti...

Se as asas são minhas... eu decido quando voar...


Sou um pássaro um tanto atravessado... Não me importo com gaiolas... desde que não tenham trancas. Posso gostar e decidir ficar... mas posso a qualquer hora querer voar. Quero a liberdade de ir... de não sair... de voltar... Não me imponham um caminhar, não me pressionem um estar, não ceguem em me olhar...

Nada me prende, nada me isola, nada me domina, nada me impede de ir ou ficar... Só do amor sou prisioneira... porque por ele (meu preto) me deixo amarrar, porque ele me faz livre, posto que justamente nele me permito aprisionar...

A Minha Valsinha

Para o meu amado...

Um dia ele chegou tão diferente
Do seu jeito de sempre chegar
Olhou-me de um jeito muito mais quente
Do que sempre costumava olhar
E nem esperei tanto...
Para meu grande espanto, convidou-me pra rodar
E então eu me fiz bonita
Como há muito tempo não queria ousar
Com meu vestido decotado
Cheirando a guardado de tanto esperar
Depois nos demos os braços
Como há muito tempo não se usava dar
E cheios de ternura e graça
Ensaiamos uns passos e começamos a bailar
E seguimos firmes em nossa dança
E aquele sol triste em mim despertou
E é tanta felicidade
Que toda minha'alma se iluminou
E nossos beijos são tão loucos
O meu riso, então, mais solto, como não se ouvia mais
E o mundo compreendeu que era amor
A nossa história nos saudou e se consagrou
E todos dias desde então eu amanheço em paz

[Versando com Chico... para ti, Mano, razão do meu riso interior...]

quinta-feira, 5 de março de 2015

A falta de valores naqueles que a si atribuem muito valor

A pergunta é: qual o seu valor ou quais valores você carrega consigo?


Olha, se você quiser ser melhor do que você já é, você precisa entender de valor. [...] Nossa vida é mais ou menos assim: vai ter dia que você vai ser dobrado, vai ter dia que você vai ser amassado, que vão jogar você no canto, que você vai cair num ambiente sujo, indigno; que vão pisar em você. Mas pelo amor de Deus, lembre-se de que ninguém pode tirar o seu valor. Não importa o que aconteceu contigo, o que está acontecendo ou o que acontecerá, nada neste mundo pode tirar o seu valor. Você continua tendo um valor extraordinário, portanto, valorize-se! [Daniel Godri]
Isto posto... Garçom! Por favor, reserve aquelas vitrines de cerveja só para esta mesa! Reserve o cozinheiro, um cumim para ajudá-lo, deixe o caixa de sobreaviso, e quando saírem as últimas pessoas, feche as portas e tenha paciência comigo. Isto é reflexão pra mais de metro, bebidas e petiscos, sem hora pra acabar.
O que é valor?
“[...] o conjunto de características de uma determinada pessoa ou organização, que determinam a forma como a pessoa ou organização se comportam e interagem com outros indivíduos e com o meio ambiente”. Aí, falou bonito!
“...merecimento, talento, reputação, coragem e valentia”. Beleza, muito bem!
“...características morais que afetam a conduta de uma pessoa”. Humm... Filosofou!
“...condutas sociais e éticas que constituem um conjunto de regras estabelecidas para uma CONVIVÊNCIA SAUDÁVEL dentro de uma sociedade”. Pronto! Aqui começa a discussão... o meu monólogo!
Como é sabido por muitos, o preâmbulo deste texto foi retirando de uma palestra, onde Daniel segurava uma nota de cem reais e perguntava à plateia o quanto tal nota valia, mostrando às pessoas que mesmo amassada, rasgada, suja, aquela nota continuaria tendo o mesmo valor. Ao final, ele pedia que as pessoas acreditassem que elas têm um valor. Torno a perguntar: o que é valor? E quando ele afirma: “você continua tendo um valor extraordinário”, o que ele quis dizer? Ele está se referindo a quanto cada um vale ou aos valores que cada um carrega consigo?
Muito tristemente tenho percebido que VALOR está distante do conhecimento e prática das pessoas, enquanto características morais inerentes à pessoa, como a humildade, a responsabilidade, a piedade e a solidariedade, humanidade, o RESPEITO ao outro... Parece que as pessoas andam se medindo por valores enquanto números, peso, mercado, resultado, negócios: “estou em alta com fulano dos grudes!”... E até criam aqueles valores voltados para uma convivência saudável, como citado acima, mas apenas em função dos seus próprios interesses, dos objetivos elencados pelo seu umbigo, pouco importando os desejos do outro, o compartilhamento dos valores voltados ao coletivo. Gastam tempo elaborando projetos em benefício próprio, em detrimento do bem para o grupo. E seguem MANTENDO e EXIBINDO seus EXTRAORDINÁRIOS valores.
Conheço muitos que já amealharam pelo menos um milhão de notas de cem reais, mas cujos VALORES não conseguem comprar um Big Big babado de areia. Conheço muitos, graças a Deus, que mal conseguem o pão para o café da manhã, porém seus VALORES dariam para dizimar a fome em centenas de milhares de países destacados pela miséria humana.
É, Garçom, dispense o cozinheiro e o cumim! Refletir sobre tais posturas me fez perder a fome. Traga uma cerveja e sente-se aqui comigo! Do que entendo por valor, preciso partilhar consigo esta agonia e lhe pedir que me ajude a compreender a alma humana... quer dizer, a ‘desumanidade’ de muitas delas. E também a perdoá-las, pobrezinhas, afinal, vazias de nobres e verdadeiros VALORES, elas só dão o que têm...!
A conta, por favor!

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015

A (des)infantilização nos tempos modernos...

Do que ando lendo (e vendo) pelas redes sociais e dos diálogos que tenho ouvido, resta-me um convite à reflexão...

[Fonte: http://wata-eh-legal.blogspot.com.br/2007/09/brincadeiras-em-grupo.html]

Em meu tempo de criança, não dispúnhamos de tanta tecnologia, os nossos brinquedos eram muitas vezes por nós mesmos construídos. As pipas, os carrinhos de madeira, patinetes, bonecas de pano, bolas, barquinhos de papel... Brincávamos e cultivávamos nosso jeito moleque, às vezes arteiro, mas sempre carregado de inocência. As competições eram os jogos com bolas-de-gude, virar figurinhas (o velho bafo), jogar pião; jogávamos dominó, ludo, tabuleiro de damas; fazíamos jogos de vocabulários, como o famoso “nome, lugar, fruta, animal, objeto...”; brincávamos de barra-bandeira, queimado, seu rei mandou dizer, pique-esconde... Também fazíamos nossas artes, é verdade. Quem nunca tocou uma cigarra e correu léguas para não ser descoberto? Quem nunca roubou uma fruta do quintal daquela senhora ranzinza que vivia sozinha, rodeada de bichos? Em todos os lugares tinha uma casa com alguém assim... Quem nunca chutou uma lata enquanto alcançava o caminho de casa? Quem nunca fugiu de um castigo para juntar-se aos amigos nas brincadeiras de rua (e levou uma pisa depois...)? Quem nunca?

Em meu tempo de criança, não tínhamos computadores, não sabíamos o que era o videogame. Nossas bolas eram as mais simples, as nossas bonecas eram as Wanderleias, com o cabelo de fuá... Saudade dos carrinhos de rolimã, do conjunto de panelinhas, das pipas feitas com papel de seda e tiras de coqueiro... Na televisão, curtíamos o programa Vila Sésamo, o Sítio do Pica-pau Amarelo, a TV Globinho... Os nossos shoppings eram os zoológicos, os parques de bairro, os circos de lona montados num campo de futebol de várzea, as praças das cidades, os quintais das casas de nossos avós. Não tínhamos Ipod, Mp5, Itunes... Não vivíamos tirando fotos aqui e ali... só nos aniversários ou para a carteira de estudante... Nossas cantigas se davam no gogó, durante as brincadeiras de roda, nos bate-papos nas calçadas, nas festas da escola...

Em meu tempo de criança, cupcake era o bolo-de-bacia; tomávamos mais sucos e caldo de cana do que refrigerante; ao invés de brownies, cookies e trufas, nos deliciávamos com o doce japonês, o pirulito de caramelo no tabuleiro, o alfenim daquele moço, perto da roda gigante... o cavaquinho, que, no fundo, não tinha gosto de nada, mas todo mundo ficava louco quando o “homem do cavaquinho” passava tocando seu triângulo. E o que dizer do bife com batatas, arroz e feijão das nossas mães? Era um prato mais disputado que rodízio de pizza na promoção...

Em meu tempo, criança era... criança, ué! Nossa academia era a rua, as brincadeiras e traquinagens. Não desfilávamos em passarelas, as meninas não traziam em seus rostos angelicais maquiagens carregadas, não faziam bicos e poses para fotos (muitas vezes, antecipando uma sensualidade que sequer foi desabrochada)... Os meninos não usavam correntes ostentosas no pescoço, não se exibiam dançando músicas provocadoras de uma virilidade ainda desconhecida...

Em meu tempo de criança, costumávamos fazer as refeições com a família inteira, todos sentados em volta da mesa. Respeitávamos os mais velhos, cumprimentávamos mais as pessoas, pedíamos “a benção” aos nossos pais, avós, tios, padrinhos... Silenciávamos se os adultos estivessem falando... aliás, nosso lugar nem era perto das conversas deles. O pré-requisito para irmos a uma festa era ouvir uma palestra sobre regras de comportamento: “não me peça nada; se lhe oferecerem, você não quer; não mexa em nada; não diga se estiver com fome; não corra; não coma doce antes do ‘parabéns’; é pra chamar os adultos de senhor e senhora, ouviu?”... E era tão bom obedecer... podia até gerar recompensas...

Ah, meu tempo... éramos, de fato, criança... vivendo cada passo, cada fase, crescendo, adolescendo,  preparando o corpo e o espírito para a maior idade. As crianças do agora se ‘adultam’ antes mesmo de viver a alegria do adolescer... Pior: são amparadas e até moldadas pela irresponsabilidade e falta de sensibilidade de ‘pailermas’ e ‘mãesdiocas’... completamente vazios de bom senso, de amor verdadeiro, e frustrados em seus desejos irrealizados. É preciso estar atento... de nada adiantará o lamento... Se não for vivida em sua plenitude, a idade da inocência não será sabida e não adianta chamá-la de volta... seu clamor não será mais ouvido... Reflitamos!