Empoderamento... parece até tema
recente, um mantra da moda, equivocadamente proferido em qualquer esquina... Se
é vivido em sua essência... aí é que são elas!
Fonte: [https://www.mulheresempreendedoras.net.br/empoderamento-das-mulheres/]
O empoderamento corre o mundo ao
longo dos séculos...
Empoderada foi Frineia... que, mesmo
tendo sua ideia sido rejeitada, uma vez muito rica, se ofereceu para
reconstruir os muros de Tebas, destruído por Alexandre, o Grande, exigindo que
fossem neles cravada a frase "Destruído por Alexandre, restaurado por
Friné a hetaira", que quer dizer ‘cortesãs ou prostitutas sofisticadas’.
Empoderada foi Marie Duplessis, que,
de cortesã mais cara de Paris, se tornou condessa. Empoderadas foram Chiquinha
Gonzaga, Olga Benário, Anita Malfatti, Pagu, Guiomar Novaes, Yolanda Penteado,
Maysa, as heroínas de Tejucupapo (Maria Camarão, Maria Quitéria, Maria Clara e
Joaquina), Lou Salomé, Frida... Empoderada foi Dandara, que lutou pela
liberdade dos negros junto ao seu amado, Zumbi dos Palmares. Empoderada foi
Joana D’Arc, que ardeu em chamas, mas não negou a sua fé. Empoderada foi Dona
Netinha, primeira mulher a presidir um maracatu – Maracatu Rural Cruzeiro do
Forte...
Empoderada é Elba Ramalho, que começou
a fazer sucesso exibindo o seu cabelo de fuá. Empoderada é Maria Bethania, que
se apresenta de pés descalços, mandando o seu Grito de Alerta nos mais ilustres
palcos mundo afora. Empoderada é Ana Carolina, que comanda uma ruma de Bicudos,
arrasando no cajón. Empoderada era Clara Nunes, que, com o Canto das Três
Raças, pela quebra das correntes, não se intimidava em levar a cultura africana
representando a sua religião, em ritmos, dança e vestimentas. Empoderada é Maria
da Penha, que, em nome da luta pelo fim da violência contra a mulher, deu nome
a uma lei.
Empoderado é Ney Matogrosso, que com
seu Sangue Latino nunca camuflou suas escolhas debaixo de Secos e Molhados.
Empoderado era Cazuza, que mesmo acometido por doença fatal, escancarou a voz a
pedir que o Brasil mostrasse a sua cara. Empoderado era Renato Russo, que, se
vivo fosse, agora mais do que nunca, estaria perguntando: Que País é Esse? Empoderado era Freddie
Mercury, que pedia I want to break free, posando de doméstica. Empoderado era
Michael Jackson, que reuniu os artistas, em nome dos irmãos africanos, os
fazendo compreender que We are de World. Empoderado é Andy Bell, que, com seu
talento, voz e graça pede apenas I Little Respect. Empoderado é Zé Ramalho, que,
de certa forma, viveu o que carrega em sua poesia – Garoto de Aluguel. Empoderados
são Thomas Hitzlsperger, Robbie Rogers, David Testo, Oswaldo José Henríquez
Bocanegra, Richarlyson, que defendem os seus times e até suas seleções na condição
de homossexuais, em gramados onde impera a ‘macheza’.
Empoderar-se não é impor um talento
que não se tem, fazendo-nos “passar mal”, ficar completamente “nocauteados”. Empoderar-se
não é se desnudar “malandramente”, num “tiro” de vulgaridade, confirmando o
estereótipo de determinada condição social.
Empoderadas são nossas mães, avós,
tias, primas, cunhadas... somos eu e você, que estamos sempre em busca por quebrar
regras, ditar novos padrões, ousar, revolucionar... sem perder nossos valores,
sem nos despirmos de nossas virtudes, sem nos jogarmos à decadência do ser...
O mais acertado tiro, entendam, é este!