sexta-feira, 24 de agosto de 2012

Sentimentos Controversos




Como entender o limite entre dizer o que se sente e expor-se inutilmente?
Como botar para o fora o que sangra o peito, sem mutilar-se inteiramente?
Como guardar um sentimento se a vontade é escancarar a emoção?
Como calar-se sem ter o arrependimento de seguir o coração?

Como negar o que sinto se perto de ti meu corpo se põe a bambear?
Como silenciar os anseios da alma se o que quero é me entregar?
Como esconder o desejo, se quando te vejo quase perco os sentidos?
Como não querer aquele beijo que me despertou os impulsos adormecidos?

Como conviver com o “quem sabe”, o “pode ser”, o “talvez”?
Como aceitar o silêncio, compreender a recusa, esperar a “minha vez”?
Como manter-me distante se é justamente a tua falta que me angustia?
Como alegrar-me com a noite se não tive teu sorriso um instante sequer do dia?

 Como esperar sem cobrar do tempo, sem sentir, sem sofrer?
Como ignorar a paixão que mesmo calada grita até ensurdecer?
Como punir o ladrão de sonhos que nos impede de sonhar?
Como saber se não somos nós mesmos o infrator, o que deixou de acreditar?

segunda-feira, 20 de agosto de 2012

Portas fechadas... ruas sem saída


Ouvi dizer que para uma porta fechada,
Sempre haverá uma janela escancarada.
Ouvi dizer que passada a tempestade se fará bom tempo.
Que deixados os infortúnios para trás, haverá novo momento.
Creio firmemente e prossigo, penso ter um caminho encontrado.
Portas fechadas, ruas sem saída, não há nada do outro lado.
Minhas janelas não têm frestas, meu jardim menos flores, mais espinhos.
Não há árvore em minha floresta, só o vazio no meu ninho.
Aponto o dedo para o horizonte, ele me sorri.
Aproximo-me e tudo desaparece, era só miragem o que vi.
Sinto tua mão que me afaga, que meu rosto acaricia.
Abro meus olhos, não era nada, era sonho o que eu vivia.
Penso ouvir tua voz, o teu sorriso que me acalma.
Tudo outra vez ilusório, apenas desejos de minh’alma.
Sinto teu abraço que me envolve, ensaiamos um bailado lentamente,
Como mágica tudo se dissolve, estou dançando sozinha novamente.
Teus olhos vêm ao meu encontro, me fascinam, me seduzem.
Mas não sei o que de mim querem, não compreendo o que traduzem.
O teu cheiro me embriaga, faz pulsar tudo em mim.
É real ou delírio? Não... é um querer que não tem fim.
Meus dias são assim, portas fechadas, ruas sem saída.
Em meu palácio, todavia, as paredes são firmes, em mármore esculpidas.
No céu dos meus sonhos, as estrelas dançam reluzentes,
O sol abraça a lua, e podem se amar finalmente.
Nossos momentos são raros, porém coloridos, me levam à terra prometida.
Mas no instante seguinte que te busco, fico à tua espera, adormecida.
Desapareces entre nuvens e o teu silêncio me angustia.
Meu coração segue esperando, tolamente acreditando que seremos um do outro algum dia.

segunda-feira, 13 de agosto de 2012

Saudade...




Andei me questionando o que é saudade,
Busquei-a nos dicionários, nada a define com verdade.
Estará no campo dos sonhos? Ou é dura realidade?
Será sinônimo de dias tristonhos? Ou razão de ansiedade?

Andei me perguntando que dor é esta que arde em meu peito,
Que me deixa aflita, que me tira o sono, que me deixa sem jeito.
Aonde será que ela começa? Por que será que não tem fim?
Por que meu coração atravessa? Por que não sai de mim?

Do que será que sinto falta? O que tanto luto para encontrar?
O vazio me maltrata, o silêncio me tortura, se é saudade, não sei como explicar.
Já tentaram traduzi-la, mas saudade só há no meu falar.
Não há orgulho nem beleza, saudade traz tristeza, não importa o linguajar.

Andei me questionando se o que sinto saudade poderia ser,
Talvez seja um desengano, uma angústia em meu viver.
Não sei ao certo o que estou falando, não sei que nome tem o meu sentir,
Só sei que quando estou chorando é a saudade gritando, me pedindo pra sair.