segunda-feira, 20 de agosto de 2012

Portas fechadas... ruas sem saída


Ouvi dizer que para uma porta fechada,
Sempre haverá uma janela escancarada.
Ouvi dizer que passada a tempestade se fará bom tempo.
Que deixados os infortúnios para trás, haverá novo momento.
Creio firmemente e prossigo, penso ter um caminho encontrado.
Portas fechadas, ruas sem saída, não há nada do outro lado.
Minhas janelas não têm frestas, meu jardim menos flores, mais espinhos.
Não há árvore em minha floresta, só o vazio no meu ninho.
Aponto o dedo para o horizonte, ele me sorri.
Aproximo-me e tudo desaparece, era só miragem o que vi.
Sinto tua mão que me afaga, que meu rosto acaricia.
Abro meus olhos, não era nada, era sonho o que eu vivia.
Penso ouvir tua voz, o teu sorriso que me acalma.
Tudo outra vez ilusório, apenas desejos de minh’alma.
Sinto teu abraço que me envolve, ensaiamos um bailado lentamente,
Como mágica tudo se dissolve, estou dançando sozinha novamente.
Teus olhos vêm ao meu encontro, me fascinam, me seduzem.
Mas não sei o que de mim querem, não compreendo o que traduzem.
O teu cheiro me embriaga, faz pulsar tudo em mim.
É real ou delírio? Não... é um querer que não tem fim.
Meus dias são assim, portas fechadas, ruas sem saída.
Em meu palácio, todavia, as paredes são firmes, em mármore esculpidas.
No céu dos meus sonhos, as estrelas dançam reluzentes,
O sol abraça a lua, e podem se amar finalmente.
Nossos momentos são raros, porém coloridos, me levam à terra prometida.
Mas no instante seguinte que te busco, fico à tua espera, adormecida.
Desapareces entre nuvens e o teu silêncio me angustia.
Meu coração segue esperando, tolamente acreditando que seremos um do outro algum dia.

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