♪♫Mandou me
chamar, eu vou, pra Recife festejar. Alegria no olhar eu vejo: é frevo, é
frevo, é frevo♪♫.
[Fonte: www.g1.globo.com]
Foi assim que a terra do samba se rendeu ao nosso bailado ‘frevido’ e frevou
na avenida, com a Estação Primeira de Mangueira, em 2008.
Frevar, frever, frevura, ferver: a pura efervescência do pernambucano
quando ouve o seu ritmo maior. É assim que ele se comunica e se sabe entendido.
Nos dias de folia, é com essa linguagem simples que o nosso povo fala para o
mundo e ferve, promovendo o rebuliço, a reunião da massa, no vai e vem do movimento
das sombrinhas, pelas ruas e ladeiras do estado.
É um tipo de comunicação que não exige fala, não evoca a norma culta,
não suplica pela gramática. Nem exige coerência. Não pede coesão. Coordenação,
talvez, para os mais exibidos... De um modo geral, fala-se com os pés,
saltitantes, que parecem se desvencilhar da fervura que sai do chão. O ritmo,
nascido da união entre músicas e danças, recebeu o nome de Frevo após sua
primeira publicação em um jornal vespertino, em 09 de fevereiro de 1907. O
jornalista usou de sua habilidade para escrever o que os pés da multidão já comunicavam
pelas ruas da cidade.
Aprimorando o seu conversar com os pés, o pernambucano, então, evoluiu.
Para vibrar, rodopiar, saltar em meio à multidão, criou o frevo de rua; para
aplacar a efervescência dos seus passos, criou o frevo-canção; e para falar ao
coração, criou o frevo de bloco.
Se os cantadores de emboladas nos falam com o improviso dos seus
versos, o passista (bailarino) ginga, usa uns passos miúdos, outros
complicados, uma dobradiça aqui, uma capoeira ali, uma mola e uma tesoura
acolá... Se o sol por estas bandas é escaldante, a sombrinha protege o passista, ofertando a sua sombra e, de quebra, ainda adorna o bailado, com as cores da bandeira do seu estado.