terça-feira, 26 de janeiro de 2016

Quando a modernidade fere de morte o 'que ficou no passado'...

Porque eu sou de outrora, seu moço...


[Fonte: www.lcdgankara.or]

A minha 'metralhadora' dispara lirismo, poesia, versos docemente rimados... um bailado compassado, acompanhando a melodia do pau e cordas, dos banjos, dos clarins... vindas lá do idos de Capiba, de Raul e Edgar Moraes, Getúlio Cavalcanti... Chiquinha Gonzaga...

Porque eu sou de outrora, seu moço...

Amo o saudosismo e a poesia dos frevos de blocos, assim mesmo, ‘cansados e ultrapassados’, como se costuma dizer. Eu vibro ao entoar o Hino de Elefante, Pitombeiras, Ceroulas... Sinto agonia nos pés só de imaginar um acorde de Vassourinhas. Minha alma se alegra com o Voltei Recife, Evocação Número 1... com os verdadeiros Valores do Passado... e me desmancho em lágrimas só de ouvir na terça-feira gorda o Último Regresso...

Porque eu sou de outrora, seu moço...

Talvez a minha 'metralhadora' não seja moderna, meu 'lepo-lepo' seja apenas aquele recado ameaçador da minha mãe, diante das raras traquinagens... O que 'soca, soca' o estomago é certo som irritante que, tal qual muriçoca, ‘pica, pica’ a alma da gente, causando uma ira angustiante...

Porque eu sou de outrora, seu moço...

Não sou moderna, moço... Quando se trata de ‘Eu vou, eu vou... não sei pra onde’ (Pobre Bela Adormecida e seus anões, apunhalados em sua ingenuidade), de ‘bilu, bilu, bilu, bilu’ e tudo o que sai deste terreno fértil de mau gosto, sem charme, maculador da inocência... e de tantas outras coisas que embrulham o estomago, machucam os ouvidos e aniquilam a cultura de um povo... Desta modernidade eu quero distância, corro léguas...


Porque eu sou de outrora, seu moço... vivo neste passado que me encanta, e cada vez que o revisito, passo, com certeza, os melhores dias do ano por lá...

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