quinta-feira, 25 de fevereiro de 2016

O(s) Modelo(s) que Carregamos...

Quem somos? Como a Ciência da Ação nos classifica? Como nos vemos?

Fonte: [www.elianelacerda.com]


Na Ciência da Ação, estudamos 4 modelos de pessoas, digamos assim, sejam líderes ou não. Claro, que quando falamos de organizações, tratamos tais modelos enquanto líderes. Temos, então, o Modelo 1, que é aquele líder autoritário, do ‘manda quem pode e obedece quem tem juízo’, sem permissão do diálogo, sem escuta apreciativa, sem trocas nem feedbacks. Em algum momento, este líder é eficaz, como um técnico de futebol, por exemplo, que precisa ser enérgico no comando do seu time. Mas, em longo prazo, a eficácia vai ao chão, e o fracasso é certo. O segundo modelo é chamado de Oposto ao Modelo 1, que é aquele líder (aquela pessoa) fingido, que faz de conta que gosta dos seus liderados, que barganha, que protege para ser protegido, que atua pelas costas, digamos assim. É o pior dos modelos, pois, no primeiro caso, mesmo agindo com abuso de autoridade, as pessoas sempre sabem com quem estão lidando, enquanto que este modelo é uma incógnita e nunca sabemos como agir, pois não sentimos confiança.

O terceiro modelo é chamado de Modelo 2, que é aquela pessoa (líder) democrática, que escuta apreciativamente, que promove o feedback, que não impõe julgamentos, mas, sim, investiga, testa os pressupostos, que compartilha do diálogo franco, aberto, confiável, que busca os objetivos comuns, que parceiriza com seus liderados, que se preocupa com as pessoas e com o ambiente comportamental, que busca compreender suas escolhas. Pensamos às vezes que este modelo não existe, que é utópico. Mas a história nos revelou muitos deles ao longo do tempo: Jesus, Gandhi, Buda, Madre Tereza de Calcutá, Princesa Diana... E, mais perto de nós, observamos o Padre Cícero, Dom Hélder Câmara, Frei Damião, o Papa Francisco... além dos anônimos por aí espalhados... Há os mortais, também, graças a Deus. Conheço muitos e convivi e aprendi com eles por mais de vinte anos e sigo aprendendo, não apenas porque seus ensinamentos seguem comigo, mas porque eles seguem se autoavaliando, se melhorando... e me inspirando...

Há ainda um quarto modelo, chamado de Modelo Híbrido, que é aquele considerado intermediário, de alguém que está passando por uma mudança, que deseja sair do Modelo 1 ou do Oposto a este, que sente a necessidade de ser uma pessoa melhor, de ser mais democrático, de desenvolver sua escuta e olhar apreciativos, que busca ser mais empático com o outro. Quem tiver a oportunidade, sugiro que assista a um filme chamado Um Golpe do Destino, que exemplifica perfeitamente este modelo e é uma grande lição para quem sente a necessidade de se promover mudanças. Às vezes, a vida nos impõe que mudemos... e dolorosamente, até...

E o que rege todos estes modelos? O que os diferencia? Os valores, as práticas sociais, o mundo comportamental (ou seja, o ambiente no qual estão inseridos), a cultura e conduta humana de cada um. Por que o Modelo 1 tem sucesso, mas não sustenta este sucesso por muito tempo? Por que o Oposto ao Modelo 1 se imagina o tempo todo sendo eficaz, sendo que sua eficácia dura apenas os instantes de suas ações? O que acontece a estes dois é que eles mudam apenas as suas estratégias de ação, e não os seus valores.

E o que pode levar o Modelo Híbrido a ser eficaz e eficiente de modo mais permanente, podendo até se transformar no Modelo 2? A sua vontade de rever e mudar os seus valores.

É fato que no mundo em que vivemos está cada vez mais difícil encontrar um Modelo 2 em quem se espelhar, mas eles existem, sim. Se você conhece alguém que, tem escuta apreciativa, permite o diálogo, o teste dos pressupostos, gera confiança, promove o feedback, e está sempre se permitindo ser avaliado, esteja certo de que é alguém que age com a mais positiva das virtudes de um bom líder/pessoa, que, demonstra humildade e a importância da autorreflexão, que deve ser o nosso exercício diário. Com certeza, é alguém que caminha na direção de um Modelo mais eficaz.

Torçamos para que estes se multipliquem... e nos inspirem a trilhar a mesma direção...

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