Parece, mas não
é o título de um livro ou de um longa-metragem. E também não é truque de
ilusionista. De fato, está tudo fora do lugar...
Fonte: (www.profederpessoa.blogspot.com)
É uma pena que
seja o retrato da vida real, não apenas uma imagem na tela do cinema. Parafraseando
Nelson Rodrigues, é “A vida... como ela tem sido”.
Os aplausos de
agora vão para quem faz escárnio do outro, para quem humilha, desdenha,
discrimina... Valoriza-se mais o arrogante, o mesquinho, do que aquele que traz
brandura na alma, que trata o outro com respeito. Fazer o mal, em muitos
ambientes, é a competência mais apreciada.
Um líder, na essência
da palavra, não é mais aquele condutor de um grupo, mas o dono dele. Não é
aquele que trabalha junto com seus liderados, mas aquele que simplesmente manda
que sigam suas ordens. As modernas senzalas estão abarrotadas de 'libertos' iludidos, por vezes armadilhados pela sobrevivência, comandados por falsos
senhores.
Os tempos
modernos trouxeram uma arma poderosa, e mais letal do que aquelas fabricadas
com o uso das mais aprimoradas tecnologias: o dedo em riste. As pessoas se transformam em segundos em juízes,
batedores de martelo, proclamadores de sentença, sem testar o pressuposto da
dúvida, sem oportunizar a defesa, e, principalmente, se esquecendo de observar
o seu rastro de ilicitudes. Basta um boato e se mata um inocente. Era bom
quando apenas a grama do outro era mais verde. Era só um sinal de
inconformismo. Agora é: ‘ele tem mais culpa que eu, então isto me exime de
qualquer dolo’.
Os critérios
de equidade e justiça não mais atingem a todos, apenas alguns ‘eleitos’ têm
direito a elas. Os olhares são mais voltados aos próprios umbigos. A empatia
perde mais força a cada dia. A leitura se distancia, a busca pela informação válida
e útil é prática de poucos. A ponderação e o diálogo franco, apreciativo, aberto, isento de hipóteses
e julgamentos são exercícios obsoletos. A reflexão virou coisa de alienado. Não
se gera mais aprendizado. Lições aprendidas são coisas do passado, guardadas no porão de um museu qualquer. Assunção de causalidade? Mudemos de assunto...
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