terça-feira, 29 de março de 2016

Vermelho...

O peso por detrás de uma cor...

[Fonte: www.reikianos.com.br]

Seu nome vem da palavra pequeno verme, vermis, na língua latina. Desde a criação do mundo, o pobre vermelho vagueia entre o bem e o que denominam de ‘mal’. Se por um lado significou fertilidade e sorte, por outro já foi a cor atribuída a Seth, o deus da violência. Representava a luta também... Talvez por seu apelido, ‘encarnado’, dar cor ao sangue encravado nas veias. Na verdade, tudo o que o vermelho queria era ser apenas uma cor. E foi...
Houve um tempo em que vermelho era conhecido por descrever os planetas e as grandes estrelas, por colorir os vegetais, minerais, a pele, as escamas, os pelos, as penas. No século XIX, ficou famoso, juntou-se ao negro e deu origem a um célebre romance francês de Henri-Marie Beyle, o igualmente célebre Stendhal – Le rouge et le noir.
Houve um tempo em que vermelho, quando em par ou trio com outras cores, representava times de futebol. Na plumagem das aves, poderia ser apenas um Galo de Campina, um Sanhaçu-escarlate, um Cardeal... Nas bandeiras, viajava a todos os continentes... quando dominava o espaço, poderia ser a China, e se misturado a outras cores, poderia ser França, Itália, Portugal, Canadá, Bósnia e Herzegovina, Angola, Camarões, Eritreia, Bermudas, Chile, Colômbia, Barein, Armênia, Birmânia... Já se vestiu até de boi do folclore da Ilha Tupinambarana.
Houve um tempo em que vermelho era sinônimo de timidez e fazia corar os mais embaraçados, simbolizava o amor, os corações entrelaçados. Era apenas uma opção de cor para quem o apreciava e não temia ser notado e ‘rotulado’... e agredido e humilhado...
O desrespeito é tamanho, a arrogância é tão tacanha, os julgamentos impostos aos outros por uma leva de condenados é coisa tão vil, que eu me avermelho de vergonha pelo vermelho desconfigurado em seu real significado... tão somente um cor.
Tal como o mundo caminha, eu me questiono se ainda me é permitido o menstruar saudável, posto que o sentido atribuído ora ao ‘vermelho’ tomou o rumo do ódio semanticamente desqualificado.

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