segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

Folia Pernambucana

“♫♪ É só aqui que tem, é só aqui que há...♫♪”




Carnaval, a festa do povo, a celebração das raças, o misturar de foliões, os vai-e-vem desencontrados.
Não importa a roupa, as ladeiras ou calçadas, se o gasto vai ser muito, se os bolsos estão furados.
O povo brinca como quer, se mistura aos ricos, pouco importa de onde vem, em nada conta o seu falar.
O branco dança com o negro, o de cara limpa abraça o mascarado, o mote aqui é contagiar.

O sobe e desce não é coisa mansa, mas aqui só fraqueja quem descansa antes de alcançar o por do sol.
Se anoitece, a festa continua, corre solta pela madrugada, e recomeça, quem diria, ao cantar o rouxinol.
Em Olinda tudo é belo, branco, azul, verde, amarelo, um arco-íris de energia sob o céu de nossa terra.
Em Recife, desde lá do Marco Zero, se é o litoral ou sertão o que eu quero, o sorriso é o que impera.

Nosso Carnaval é o bailar de brincantes descontraídos, esquecidos de suas vicissitudes e carências.
É o soltar a imaginação, entregar-se aos devaneios, despojar-se das mais puras decências.
Há quem se recolha, quem se guarde, quem desgoste destes dias e se coloque em oração.
Há quem apenas queira viver um instante de euforia, desfilar sua alegoria, sentir vibrar o coração.

Nosso Carnaval é o encontro da ilusão com a folia, do real com a magia, é cor, luz, é explosão de alegria.
É liberar-se do “eu” disfarçado, ter o gigante adormecido acordado, é despir-se da própria fantasia.
Têm violões, trompetes, alfaias, rabecas, clarinetes entoando seus acordes em movimentos sem iguais.
É um mês inteiro de festa, de foliões ao encontro de si mesmos e de momentos que não voltarão jamais.

Tem a leveza do nosso frevo, as mãos unidas numa ciranda, o vibrar do maracatu, tudo revela a nossa raiz.
É a cultura de um povo que celebra a sua história, canta, dança, comemora, se permite ser feliz.



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