O horário
eleitoral nos visita, entra e sai sem licença pedir.
Testa a nossa paciência, de um jeito sutil nos obriga a assistir.
É um vai-e-vem de novas caras, uma romaria de raposas insistentes.
Uns se
arriscam debutando, outros arrastam seus descendentes.
Falar do outro
é o mote, a nota primeira, o tema central.
Apresentar propostas
para que, se o que vale a pena é “malhar o pau”?
Um acusa o Zé
das Couves de não ter cuidado do lixo de sua cidade.
Esquece também
que o povo é quem mais produz a sujeira da comunidade.
Gastam seu
curto espaço de tempo tratando mal o oposto candidato.
Acabadas as eleições,
aquele mesmo agredido se torna o maior aliado.
Subestimam a
inteligência do povo, duvidam do seu conhecer.
Nem atinam que
em suas falas combinadas lhes falta muito saber.
João das farinhas
afirma que fez o céu, a terra e promove o ar.
Manoel da padaria
diz que o mar foi da gestão dele e se ele quiser manda secar.
Antônio entra
na briga, acusa de preconceito a atual gestão.
O coitado nem se
dá conta de que ele próprio levanta a bandeira da segregação.
Uma coisa fica
clara: sobre gestão do tempo ninguém tem competência.
Entram no ar para
acusar uns aos outros, se desdobram em incoerência.
Não trazem
suas propostas, não apresentam o que desejam fazer.
Perdem a
chance de chegar ao coração do povo, de "se autopromover".
Candidatos da
minha cidade mostrem ao povo uma história diferente.
Usem sua
propaganda, que para nós foi imposta, de forma mais inteligente.
E não venha me
dizer, Sr. José, que estas rimas foi você quem as escreveu.
Não banque o
esperto comigo, pois bato o pé e tenho dito: este texto é meu.
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