...distante dos meus olhos, dentro do meu coração, vivo em meus
pensamentos, fora do alcance das minhas mãos
(Foto: Art of Woman)
É tênue a linha
entre o querer e o não ter, e dolorosa a certeza de saber não alcançar.
É desconcertante sentir
saudade e não poder me dar a chance do teu peito acarinhar.
É ensurdecedor o
grito que silencio por não ter como teu nome proferir.
É insana a minha
vontade de tocar tua pele, afagar teus cabelos grisalhos, do teu cheiro sentir.
Fecho os olhos, o
teu rosto vejo, acende em mim o desejo, um arrepio me lambe a espinha.
Sinto-me flutuar em teus braços, imagino nossos corpos suados, abro os olhos, estou sozinha.
Quando estás comigo, vibro de alegria, dispo-me de pudores, sou capaz de qualquer fantasia.
Quando de mim te
distancias, tudo se torna vazio, solidão, tristeza, faz-se noite em pleno dia.
Esforço-me para te esquecer,
tu não me sais do pensamento, em meu tormento me calo.
Queria gritar teu
nome, dizer-te da agonia que me consome, não posso, não devo, nada falo.
Sonho amando-te
loucamente, corpos entrelaçados, lençóis em desalinho, alma embevecida.
Tu chegas sem aviso
e partes sem despedida, são poucas horas contigo e sem ti o resto da vida.
A minha saudade entoa
um fado, daqueles mais tristes, desolados, uma lágrima me corre a face.
A música é minha
companheira, a minha voz forte, altaneira não é nada mais que meu disfarce.
A insônia é
angustiante, a brisa que sopra tenta acalentar-me, o céu estrelado me ilumina.
Penso ser uma mulher forte, busco um rumo, sigo meu norte, mas amar-te, eu sei, é minha sina.
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