Meu querer pode não ter nome, mas tem rosto, corpo e se avoluma em mim...
Meus pensamentos fervilham, há em mim um
rebuliço, não sei o que dizer nem como traduzir.
Quero contar o que sinto, mas não sei descrever
o que vai por dentro, nem o que é o meu sentir.
São tantos desejos guardados, tantas
coisas por fazer, tanta vontade contida.
Estou explodindo por dentro, a alma toda
se remexendo, querendo tudo da vida.
Rio sozinha diante do espelho: loucura? Devaneio?
Traquinagem?
Às vezes, quando brinco, falo sério;
outras vezes, quando séria, só penso bobagem.
Formiga em mim um desejo, fecho os olhos
e vejo o meu delírio ganhar asas.
Em resposta, todo meu ser estremece, bambeia,
amolece, meu corpo todo arde em brasas.
O meu interior sacoleja, o coração se
bole todo, esbraveja, parece querer sair de mim.
É um não sei quê de desajuízo, uma
coceira na imaginação, um querer que não tem fim.
Não importa o amanhã, o futuro não me interessa,
se faz tarde, o meu querer é agora.
Não quero saber se a chuva cai, se a lua
anoitece, o sol arde, se virá o romper da aurora.
Estou sonhando acordada, caminho sem
destino, guiada por mãos que me chamam ao abraço.
Não sei ao certo a direção nem quero a
rota deste chão, quero apenas seguir o compasso.
Quero me jogar no vazio, quero viver este
momento até perder de vista o fim desta estrada.
Quero me lançar ao sabor do vento, deixar fluir o sentimento, me entregar e mais nada.
Bota um escrito pra lascar, nem heroína nem vítima, bota o desejo de juíza pra ver o corpo gozar!
ResponderExcluirÉ só uma parte desta ebulição que toma conta de mim...
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