domingo, 11 de novembro de 2012

Escolhas

[O Pensador - Auguste Rodin]

O que são escolhas? O que será que a vida nos quer dizer quando nos propõe escolher? Por que nossas escolhas, às vezes, interferem no bem-estar de outras pessoas, e nem sempre nos damos conta disto? Por que muitas vezes escolhemos aquilo que nos faz ou fará sofrer?

As indagações são muitas. As indagações são minhas. As indagações vêm do que observo, do que sinto, do que vivi, do que tenho ouvido. As respostas? Eu não as tenho. As que tenho, não ouso deixar aqui. Até porque se baseiam em pressupostos não testados, na têm validade.

Certamente, escolhemos aquilo que imaginamos nos fará feliz. Todos no entorno sabem que não estamos felizes, que erramos em nossa escolha, que optamos pelo infortúnio. No entanto, o orgulho, talvez, nos mantenha cegos, nos deixe imóveis, de braço rígido. Pior do que errar nas escolhas, é nos depararmos com o engano, o engodo, a dissimulação, a mentira, e, ainda assim, permanecermos firmes em nosso orgulho. Tolice. Pequenez. Fraqueza...

O que ganhamos? Por que adiamos nossa libertação? Por que permanecemos enlameados na infelicidade? Por que enterramos nosso umbigo numa areia movediça na qual nós mesmos nos jogamos? Por que não aceitamos a mão que, insistentemente, intenciona nos salvar?

As indagações seguem. Elas também são minhas. Elas também são fruto da minha observação. Para elas, também não tenho resposta. Pior: sequer pressuponho respostas. Lamento por não tê-las. Entristeço-me por não alcançá-las. Sofro, até, por sabê-las insolúveis.

Certa vez me disseram que as escolhas mais acertadas são as feitas com o coração. Estou certa de que coração se engana. Infelizmente. Mas tenho cá minhas dúvidas se, em se descobrindo equivocado, ele resolva mudar o rumo da história e (des)escolher. Não. (Des)escolher ele não pode. Voltar atrás, nem sempre. Certas portas, uma vez fechadas, não se abrem mais. No entanto, entendo que, no que tange à dignidade, se perdida, ela deve ser urgentemente procurada, reencontrada, louca e teimosamente buscada. Oh, coração, tu te deixaste cegar a este ponto? Tu não percebes que estás sendo indigno de ti mesmo? Oh, coração, se és tu o responsável pelas escolhas, acordas! Voltas atrás! Lutas, coração! Lutas! Recupera a tua nobreza, a tua altivez! Reconhece o teu equívoco! Resgata, coração, enquanto ainda bates, o teu pulsar firme! Reúne o que te resta, coração, e te reconstróis, te reergues, te juntas novamente!

Julgamentos? Não te importes com eles, coração! Se bem pensares, já fostes julgado... e condenado. Cuida do que te resta! Ocupas-te de ti! Escolhes de novo! Desta vez, optas pela verdade, pelo amor que promove, pela felicidade! Não tenhas medo, coração! Se a ti cabe a escolha, abres tu o peito para ela e escolhes firme, sem olhar para trás, sem arrependimentos, miras, coração, no que, verdadeiramente, te fará feliz! Indagações? Continuarei perseguida por elas. Respostas? Seguirei buscando-as... Para o momento, é a minha escolha.


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