Sabe... quando você sente, de verdade, que não haverá
jamais outra pessoa a ocupar espaço em seu coração, que mesmo que o mundo gire,
outras pessoas venham, outras histórias sejam contadas, ela continua lá, por
vezes esquecida, mas jamais apagada?
Sabe... quando você sabe que é amor, e sente que
este amor também a tem como inesquecível, guardada, jamais desamada e você sabe
que, ainda assim, você não pode ser a sua escolha?
Sabe... quando tudo o que você quer é estar perto
desta pessoa, colocá-la no colo, ouvir seus lamentos, suas agonias, rir com sua
risada, com suas manias, partilhar as suas alegrias e nem sempre você pode se fazer presente?
Sabe... quando você tem a certeza de que jamais
construirá uma história de verdade e mesmo assim, você continua à janela,
esperando por este amor a cada amanhecer, com o peito explodindo de saudade,
com o corpo em brasas, reclamando sua pele?
Sabe... quando você percebe que os seus sonhos
jamais serão realizados, mas que nada nem ninguém fará você recuar e
desacreditar?
Sabe... quando você acorda, escorrega suas mãos pela
cama e tudo que você queria era aquele abraço apertado, aquele “bom dia” ao pé
do ouvido, e você percebe que lençóis e travesseiros não têm braços, não podem
falar com você, muito menos ouvi-la?
Sabe... quando seu coração sorri desatinado ao
sentir seu olhar reciprocado, seus lábios em outros encontrados, seu corpo
amorosamente tocado, sua sede momentaneamente saciada e você sabe que isto é
tudo o que você pode ter... por instantes... por momentos... e ainda assim você
se sente a pessoa mais feliz do mundo?
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