...em
brasas, mas com asas cortadas, receio deixar-me queimar...
(Foto: Art of Woman)
Tenho sede,
mas não é de água; tenho fome, mas o alimento não é o natural.
Tenho desejos
tolos, um calor escaldante me consome, nada em mim é normal.
Tenho vontades
bem sei de quem, imploro sei bem o quê, mas seguir não sei para onde.
Tenho passos cambaleantes
pela casa, e na garganta um grito preso que se esconde.
Sou querer dos
pés à cabeça, talvez até me perca em saber o que é de verdade.
Sou um rebuliço
atordoado, meu corpo inteiro cansado, inundado de saudade.
Sou um orgasmo
contido, louco por uma explosão, palpitando o coração, querendo sair.
Sou um fogo alucinado,
um prazer desgovernado, se sinto, não guardo, isto não sei fingir.
Sou assim como
me vês, não iludo, não tenho melindres, deixo minh’alma falar por mim.
Sou como
sabes, desde sempre, mas revelas que te surpreendes quando me mostro assim.
Sou uma borboleta
que renova as suas asas, alçando um novo voo quando estou ao lado teu.
Sou
transparente no sorriso, tu me entendes pelos meus gemidos ao ser tua e ter-te
meu.
Quero me jogar
nesta agonia, até amanhecer o dia, em teu corpo me embriagar.
Quero deixar
fluir a excitação, liberar toda esta pressão, em teu peito me aninhar.
Quero que me
adentres sem receio, corras, voltes, puxes o freio, num movimento melodioso.
Quero olhar-te
por dentro, revisitar teu sentimento, meu corpo no teu harmonioso.
Vem matar esta
saudade, faz em mim tua morada, acalma minha brasa, refrigera a minha boca.
Vem saciar os meus desejos, cura-me com teus beijos, por ti me perco, sou inteiramente louca.
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